Crise
Toda semana no telefone, mais preocupado comigo do que com a situação mundial, meu pai me pergunta se a crise chegou no Canadá. E eu sempre respondo que não muito, que embora estejamos perto do epicentro da confusão toda, não são tantos assim os efeitos que nos atingem, e seus estragos não são assim tão enormes: desemprego, desvalorização no mercado imobiliário, reestruturações, aumento da dívida do governo, baixo crescimento econômico. Nada de muito paupável, pelo menos para mim.
Ou na verdade, nem tanto. Em Dezembro, a EA soltou um comunicado à imprensa informando que iniciaria um processo de demissão de 10% de sua força-de-trabalho. Aqui em Montréal, os bam-bam-bans se apressaram em convocar reuniões para garantir que estavam contentes com o trabalho no nosso estúdio, que a nossa área não seria tão afetada, que estávamos fazendo um bom trabalho, e tudo mais.
As ações, porém, não foram muito condizentes com o discurso: desde o começo do ano, já foram nove os demitidos. Inclusive meu chefe, que ficou sabendo da decisão ao voltar das licença-paternidade que o nascimento do seu terceiro filho lhe deu direito.
Inclusive, os procedimentos de desligação merecem um comentário extra: por lidarmos com informações sensíveis, que poderiam ser vendidas aos concorrentes, ou então manipuladas de forma a causar prejuízos à empresa, os funcionários não têm direito mais de acessar seus computadores a partir do momento em que são comunicados da demissão. Alguém do RH os acompanha até suas mesas para que peguem os seus pertences, recolhe os cartões de acesso, e depois os leva até a porta. Mais tarde durante o dia, um diretor envia um email comunicando que tal e tal funcionário não estão mais entre nós, e os agradece pelos serviços prestados.
Será que eu estou enganando a mim e ao meu pai sobre quão protegidos realmente estamos ao norte do 49º paralelo?
Ou na verdade, nem tanto. Em Dezembro, a EA soltou um comunicado à imprensa informando que iniciaria um processo de demissão de 10% de sua força-de-trabalho. Aqui em Montréal, os bam-bam-bans se apressaram em convocar reuniões para garantir que estavam contentes com o trabalho no nosso estúdio, que a nossa área não seria tão afetada, que estávamos fazendo um bom trabalho, e tudo mais.
As ações, porém, não foram muito condizentes com o discurso: desde o começo do ano, já foram nove os demitidos. Inclusive meu chefe, que ficou sabendo da decisão ao voltar das licença-paternidade que o nascimento do seu terceiro filho lhe deu direito.
Inclusive, os procedimentos de desligação merecem um comentário extra: por lidarmos com informações sensíveis, que poderiam ser vendidas aos concorrentes, ou então manipuladas de forma a causar prejuízos à empresa, os funcionários não têm direito mais de acessar seus computadores a partir do momento em que são comunicados da demissão. Alguém do RH os acompanha até suas mesas para que peguem os seus pertences, recolhe os cartões de acesso, e depois os leva até a porta. Mais tarde durante o dia, um diretor envia um email comunicando que tal e tal funcionário não estão mais entre nós, e os agradece pelos serviços prestados.
Será que eu estou enganando a mim e ao meu pai sobre quão protegidos realmente estamos ao norte do 49º paralelo?
Um comentário:
Je pense que non...mas a mesma deferencia quase fascista eh lugar comum entre sua empresa e a minha...em todos os casos eu tenho back up do meu micro em casa,hahahahah
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