sábado, 10 de maio de 2008

Voto

O povo do trabalho não estava entendendo direito a história, e embora eu estivesse achando que era o meu francês o problema, aparentemente era o conceito que eles estavam estranhando: sim, eu sou obrigado a votar, mesmo que eu não esteja no Brasil. A piada era que a polícia ia vir me buscar aqui no Canadá caso eu não o fizesse, e eu ri junto, com preguiça de explicar que embora a justiça não fosse tomar uma decisão tão drástica, as conseqüências do não-exercício deste 'direito' poderiam azedar a minha vida.
É claro que só fiquei sabendo do prazo para a transferência do título de eleitor na véspera dele terminar, o que só adicionou emoção à empreitada. Saí do trabalho na hora do almoço para contornar o horário do consulado (10:00 às 13:00 e 15:00 às 16:30, sem comentários). Tive que pegar um ônibus, por que alguém teve a má idéia de se matar no metrô poucos minutos antes de eu chegar lá (eu já disse que quando eu for me matar, vou escolher um dia mais fúnebre do que uma bela quarta-feira ensolarada e uma opção menos egoísta que não pare metade de uma cidade, mas isso é outro assunto). Corri que nem um doido para compensar o atraso. Mas a pior parte foi chegar no consulado já sem fôlego, três minutos antes deles fecharem pro almoço, e enquanto a moça lá dentro me jogou um olhar com o branco dos olhos e só uma sobrancelha levantada, eu tive que fazer cara de cachorro sem dono, pedindo desculpas pela minha existência através da porta de vidro, com um sorriso mais falso que nota de 30 reais.
E funcionou, me abriram a porta, e eu preenchi os papéis.

Um comentário:

Anônimo disse...

hahahaha...
ninguém merece, não é???
ainda bem que deu certo!
beijocas...
Moniqueta