domingo, 16 de setembro de 2007

Vida boa

Morar em um lugar onde todo mundo é classe média acaba por render alguns prazeres na vida. Neste final de semana fui para Québec City, fazer com amigos o programinha turístico básico. Andamos o dia todo, num friozinho agradável mas com bastante sol e céu azul, e ao anoitecer, resolvemos nos dar de presente um jantar chique. A escolha era óbvia: o restaurante de um hotel 5 estrelas, no topo de uma torre de 170 metros, e que gira em seu eixo, de onde poderíamos ver o pôr-do-sol e nos restaurar da andança toda.
Devo admitir que a rotação não me agradou tanto quanto imaginava, pois embora a vista fosse muito boa, a sensação nauseante do movimento começou a encher minha paciência em pouco tempo. Resolvi então olhar menos para a paisagem e focar mais na comida, e foi aí que a tudo se complicou. Minha mentalidade de pobre e espírito de gordo falaram mais alto do que o meu falso requinte, e se era para gastar 50 dólares no buffet, que então valesse a pena. A comida não era nenhum manjar dos deuses, mas devo admitir que foi provavelmente a minha melhor refeição desde que cheguei no Québec. E eu comi demais da conta. E a sensação de preenchimento durou tempo demais, e me rendeu pesadelos por toda aquela noite. Mas valeu a pena.

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