quinta-feira, 28 de junho de 2007

Jazz


Eu não estava muito animado, mas devido a uma delicada situação mental em que me encontro e que me impede de dizer não às pessoas, acabei por concordar, e dar a graça da minha presença no primeiro dia do Festival Internacional de Jazz de Montréal, com Carlinhos Brown no grande show de abertura. Um amigo me disse que no Brasil eu não iria nem carregado para um show desses, e é verdade, mas aqui é realmente mais difícil de falar não, por diversos fatores:
  • é de graça;
  • é no centro, fácil de chegar, fácil de voltar embora, de metrô, sem favor de ninguém;
  • é seguro;
  • é cedo, dá pra aproveitar sem ter uma síncope ao tentar acordar no dia seguinte;
  • é verão, e não por muito tempo.
Então acabei aparecendo por lá, meio de besta, coçando a barba do queixo, olhando para a multidão com o branco dos olhos e procurando o pessoal com quem havia ficado de encontrar. Carlinhos Brown não conseguiu embalar muito a platéia, não. Acostumado com o público tupiniquim, ele precisou rebolar muito, e o resultado foi pequeno. Num inglês porco e francês pior ainda, tentava embalar aquela montanha de gente pendurada em todos os cantos, mas o pessoal só ficava no passinho-pra-esquerda-passinho-pra-direita com as mãos nos bolsos.
Eu, assim como os brasileiros aos montes e facilmente reconhecíveis, aproveitei, e dancei, e cantei, e pulei, e não me arrependo. Afinal, é verão, mas, de novo, não por muito tempo.

Um comentário:

Ester Macedo disse...

Essa de passinho-pra-esquerda-passinho-pra-direita é ótima! Acho que os forrós compulsórios em Brasília te deixou desinibido!