quarta-feira, 14 de março de 2007

Março

É pau, é pedra, é o fim do caminho
Tom Jobim
Voltando pra casa, enrugo a testa no esforço para ver através da neblina que de repente abaixou sobre Montréal. A combinação meteorológica de chuva-humidade-temperatura, as luzes amarelas, a ausência de pedestres e o esplashar dos carros nas poças criaram um clima monocromático e silencioso. Fiquei sufocado, senti medo.
E assim como veio, não tardou muito a também ir embora. Deixou a humidade, o restinho da chuva pingando, o cheiro do vento, as enxurradas do derretimento da neve, e a grama que foi coberta ainda verde, e que desta cor continuou. Ainda escuro, mas visível, um ar denso, mas leve.
Muitas coisas estão mudando em todos os lugares, dentro e fora. Saudosista, não gosto de mudanças, mas desta vez estou me depositando a confiança necessária, e criando forças que nunca imaginei ter.

Um comentário:

Anônimo disse...

Why do we let the one thing we don't have affect how we feel about all the things we do have? Why does one-minus-a-plus-one feel like it adds up to zero?